quinta-feira, 29 de abril de 2010

Resposta


"Senti que podia. Fora feita para libertar. Libertar era uma palavra imensa, cheia de mistérios e dores."

"Eu já começara a adivinhar que ele me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra."

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado,mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo"

"Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."

Clarice Lispector

Confusa, eu?

PS: Amo tanto, mas tanto, que entendo que amar é uma equação diíficil de solucionar.

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