sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Não é que é?!
E perde o charme. O prazo.
A identidade.
A coerência.
O rebolado.
Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja..."
Ana Jácomo
Amor verdadeiro
Tava eu na cozinha de casa e então o Tutu, meu filho de 6 anos, recém alfabetizado, me entregou um bilhete assim:
‘’Eu gosto muito de vosseis mas todos forão muito xatos comigo então adeus’’
Reparei que ele estava com duas malas a tiracolo, uma pra cada lado do corpinho e trazia no rosto uma expressão muito triste. Me abaixei, dei-lhe um abraço forte e então entabulamos o seguinte diálogo:
Filho, eu te amo e não quero que você vá.
Mas eu não quero ficar mãe.
Vamos combinar assim, mamãe promete não ser chata com você e você promete não ser chato também, e se daqui a uma semana, você ainda tiver vontade de ir, você vai.
Não, vou embora hoje.
Tudo bem, mas onde você vai dormir?
Na rua, ué?
E que você vai comer?
Nada.
Mas, Tutu, já é noite e está chovendo, deixa para ir amanhã de manhã, vai?
Não! Prefiro ir hoje!
Eu me abaixei e disse
Pode voltar quando quiser. Eu te amo muito!
Ele me olhou, olhou mais uma vez para a rua, olhou para o céu e então me deu o abraço mais amoroso do mundo! Voltou para dentro e nunca mais falamos sobre isso.
Chorei.