sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Amor verdadeiro


Tava eu na cozinha de casa e então o Tutu, meu filho de 6 anos, recém alfabetizado, me entregou um bilhete assim:

‘’Eu gosto muito de vosseis mas todos forão muito xatos comigo então adeus’’

Reparei que ele estava com duas malas a tiracolo, uma pra cada lado do corpinho e trazia no rosto uma expressão muito triste. Me abaixei, dei-lhe um abraço forte e então entabulamos o seguinte diálogo:

Filho, eu te amo e não quero que você vá.

Mas eu não quero ficar mãe.

Vamos combinar assim, mamãe promete não ser chata com você e você promete não ser chato também, e se daqui a uma semana, você ainda tiver vontade de ir, você vai.

Não, vou embora hoje.

Tudo bem, mas onde você vai dormir?

Na rua, ué?

E que você vai comer?

Nada.

Mas, Tutu, já é noite e está chovendo, deixa para ir amanhã de manhã, vai?

Não! Prefiro ir hoje!

Diante desta determinação toda, resolvi embarcar um pouco mais e o acompanhei até a porta. Abri o portão, ele saiu e ficou parado olhando para o mundo lá fora...

Eu me abaixei e disse

Pode voltar quando quiser. Eu te amo muito!

Ele me olhou, olhou mais uma vez para a rua, olhou para o céu e então me deu o abraço mais amoroso do mundo! Voltou para dentro e nunca mais falamos sobre isso.

Chorei.

Um comentário:

Mari Zeppelin disse...

Já disse pessoalmente... mas também chorei. Ohh pessoinha essa! Incrível!